Um esquema de fraude em aposentadorias de índios foi desbaratado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17) durante a Operação Aldeia Livre II, nas cidades de Água Boa e Canarana.
Comerciantes da região estavam retendo os benefícios e aposentadorias de indígenas usando os cartões magnéticos cedidos pelo governo federal.
O delegado Bruno Rodrigues, que responde pelo departamento de Polícia Federal de Barra do Garças, explicou que os comerciantes ficavam com os cartões, senhas e documentos pessoais dos indígenas para sacar os benefícios junto ao banco em troca de comida, bebida e cigarro que eram servidos aos índios xavantes que não estavam mais pegando no dinheiro.
Alguns inclusive reclamavam que sempre estavam devendo e nem podiam mais pegar alimentos. Cerca de 30 agentes federais e delegados atuam na operação e cumpriram sete mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais de Canarana e Água Boa.
Esta já é a segunda operação desencadeada pela PF para desmantelar o esquema montado pelos comerciantes que ficavam com as senhas e cartões dos indígenas. Os empresários aproveitavam-se da “ingenuidade” dos xavantes e sacavam os benefícios previdenciários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e os valores recebidos pelo Programa Bolsa Família.
Bruno Rodrigues destacou que cinco delegados – três de Barra do Garças, um de Rondonópolis e um de Cuiabá – estão empenhados na operação sob comando do delegado Tomas Viana e vários agentes federais.
De acordo com o delegado, até o momento só foi possível fazer um balanço por telefone e ele foi informado da apreensão de cartões, documentos dos índios e cardenetas que eram utilizadas para marcar os alimentos que eram fornecidos aos xavantes.
Os comerciantes flagrados nessa situação vão responder pelo crime de estelionato, mas se as vítimas forem idosas, os indiciados também serão enquadrados no Estatuto do Idoso.
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