terça-feira, 27 de março de 2012

BANG-BANG NA CAPITAL - "Só não morri porque estava armado", diz perito



O perito Fabrício Francisco Costa Leite, que trocou tiros na noite desta segunda-feira (26) com o policial federal Walter Sebastião Piovan Júnior, em plena Avenida do CPA, uma das mais movimentadas de Cuiabá, deu sua versão para o grave episódio.

Segundo ele, uma discussão de trânsito começou no cruzamento das avenidas Prainha e Mato Grosso, sentido CPA. Ele dirigia a caminhonete S-10 Chevrolet, de cor preta, placas NJQ-8165, e o policial federal um Fox branco, placas NJI-7393, logo à sua frente. 

“Ele fechou o meu carro ali na Avenida Mato Grosso. A discussão começou na Prainha com a Mato Grosso. Ele falou que eu furei o sinal, mas não furei, tava aberto para a gente. Daí, quando chegou aqui perto da sede da Polícia Federal, ele parou o carro na nossa frente e não teve como sair dele, por causa do movimento”, afirmou Leite. 

“Nisso, assim que ele desceu, com a pistola na mão, ele já deu o primeiro tiro, que acertou no vidro. Aí, eu tive que revidar também, né. Porque, senão, eu tava morto agora. Eu estava dentro do carro e tive que revidar. Eu não desci do carro, atirei de dentro do carro mesmo. Ele deve ter dado uns 12 tiros, eu dei seis. Descarreguei meu revólver 38”, disse à reportagem do MidiaNews.

"Eu pensei que tinha levado um tiro na cabeça"

O perito disse que só parou de atirar porque descarregou o revólver. “Ele continuou atirado e eu também. Quando ele viu que eu estava atirando também, ele ficou atrás de uma árvore e continuou atirando”, disse. 

Ele afirmou que o trânsito estava congestionado na hora (aproximadamente 20h30) e que houve princípio de pânico entre outros motoristas. “Ele parou na minha frente e travou o meu carro. Aliás, é simples saber quem provocou o incidente: ele parou na minha frente, com o carro... Como eu ia sair dali?”, questionou.

“A única coisa que eu pensei foi em me defender. Aí eu atirei nele também... Eu não ia morrer de graça, né?”, disse o perito.

Ele contou que os estilhaços do vidro do carro provocaram cortes em seu rosto. "Ele começou a atirar e o sangue correu no meu rosto. Eu pensei que tinha levado um tiro na cabeça", disse. 

"Foi ignorância dele"

Apesar da “chuva de balas” das duas armas, os atiradores não se atingiram. Tampouco houve vítimas de balas perdidas.

Pouco depois do episódio, Fabrício Leite disse que não se arrependeu. “Eu estou tranquilo. Eu me defendi. Eu acho que foi ignorância dele descer com o revólver atirando. Porque, se fosse outro, se não fosse eu, já tava morto dentro do carro. Só não morri porque estava armado”, afirmou.

O perito permaneceu no local por aproximadamente uma hora e vinte minutos após o episódio. Ele atendeu a imprensa e conversou com policiais militares e com curiosos.

Outro lado

A reportagem aguardou, até às 22 horas, uma versão do policial federal Walter Sebastião Piovan Júnior. O MidiaNews permaneceu em frente à sede da Polícia Federal, onde ele se encontrava. A assessoria de imprensa da PF ficou de emitir uma nota de esclarecimento.

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