segunda-feira, 5 de março de 2012

MOEDA DE TROCA - Travestis são "leiloados" na cadeia


Travestis são leiloados em troca de cigarro, drogas e alimentação dentro do sistema prisional de Mato Grosso. Usados como "moeda" entre os presos, são obrigados a manter relações sexuais sob pena de sofrer agressões e até mesmo serem executados. A denúncia, feita pela Organização Não-Governamental (ONG) LivreMente, aponta que os estupros ocorrem frequentemente na Penitenciária Central do Estado (PCE), o maior presídio de Mato Grosso (Carumbé).


Travestis são leiloados em troca de cigarro, drogas e alimentação dentro do sistema prisional de Mato Grosso. Usados como "moeda" entre os presos, são obrigados a manter relações sexuais sob pena de sofrer agressões e até mesmo serem executados.

A denúncia, feita pela Organização Não- Governamental (ONG) LivreMente, aponta que os estupros ocorrem frequentemente na Penitenciária Central do Estado (PCE), o maior presídio de Mato Grosso.

Outros casos foram registrados no centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), onde os leilões eram organizados por presos que ocupam a ala evangélica da unidade. Segundo a ONG, o fato se repete em todo o Brasil.

De acordo com o presidente, Clóvis Arantes, a violência contra os travestis começa na entrada da unidade prisional, quando são obrigados a raspar a cabeça e abandonar o nome social, adotado, além de utilizar roupas masculinas.

 "É uma violência simbólica exigida pelos detentos que irão conviver com os travestis e ocorre principalmente onde existem as organizações evangélicas". Por conta da vulnerabilidade, os travestis acabam confinados nas alas dos evangélicos, uma forma de a direção da unidade garantir o mínimo de dignidade e segurança quanto à integridade física dos detentos homossexuais.

Porém, aqueles que não aceitam a imposição de reprimir a homossexualidade e decidem manter sua orientação sexual, passam a ser considerados aptos a serem estuprados por outros presos. No CRC, detentos da ala dos evangélicos eram responsáveis pelas negociações, aponta Arantes.

Já na PCE, por exemplo, são colocados em raios comuns e nem mesmo quando reprimem sua homossexualidade escapam de abusos sexuais. "Mesmo na ala evangélica existem presos que fazem sexo e o líder ou chefe acaba levando vantagem". Os travestis "leiloados" não possuem outra escolha senão aceitarem o sexo.

Caso contrário, são espancados e até mesmo mortos. Por medo de represálias, não denunciam as ocorrências para a direção das unidades, mas alguns deles encaminham as reclamações para as organizações de defesa de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT).


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