A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) e a Secretaria
municipal de Educação investigam a denúncia de que uma estudante de 13
anos foi forçada por cinco colegas do 7 ano do ensino fundamental —
todos também menores de idade — a praticar sexo oral em dois deles,
dentro da sala de aula, numa escola municipal na Tijuca. O caso foi
registrado na polícia como estupro.
De acordo com a menina, por volta das 15h do último dia 16 ela estava
sentada numa cadeira no fundo da sala de aula, durante um tempo vago. De
repente, uma menina e quatro meninos, com idades entre 13 e 15 anos,
chegaram e a empurraram, ordenando-lhe que praticasse sexo oral nos
meninos.
Puxando a vítima pelos cabelos, a garota levou sua cabeça até as partes
íntimas dos alunos. Quando ia praticar o ato no terceiro colega, ela
conseguiu correr.
"Para com isso, não quero! Isso é nojento", foi o que a vítima diz ter
gritado. Depois do fato, a menina que teria participado do abuso foi até
a diretoria e contou que X. praticou sexo oral nos colegas por vontade
própria — sem informar sobre a agressão.
A mãe de X. diz não ter sido comunicada pela escola sobre o episódio.
Desesperada, a menina chegou a escrever uma carta de suicídio,
descoberta por um professor.
Sindicância foi aberta
Através de nota, a Secretaria municipal de Educação informou que a 2
Coordenadoria Regional de Educação (CRE) abriu uma sindicância
administrativa para apurar o caso. A assessoria de imprensa do órgão
afirma que "A diretora da unidade escolar procurou a 2ª CRE tão logo
soube do ocorrido". Diz ainda que "Os alunos envolvidos no caso, a mãe
da adolescente e a diretora já foram ouvidos, preservado o sigilo
necessário".
De acordo com o delegado Marcelo Maia, titular da DCAV, o caso está
sendo investigado como estupro de vulnerável. A ocorrência foi
registrada na delegacia em 31 de outubro. Alguns dos acusados já foram
ouvidos. O delegado informou ainda que, até o início da próxima semana, o
inquérito deverá ser encerrado.
Entrevista com a mãe da vítima
Como a senhora soube do que aconteceu?
Vi que ela estava estranha, quis ficar na casa da avó, matou aula. Aí,
liguei para o colégio e disseram que ela não ia há três dias. Eles não
me contaram nada. Tinham de ter me contado na hora. Só soube por causa
da carta (de suícidio). Veio uma pessoa da escola trazê-la em casa no
dia (do fato). Fui até a escola saber o que tinha acontecido. Me
disseram "Mãe, fica tranquila, que foi só um namoro". Depois, pressionei
minha filha e ela acabou contando tudo.
Como sua filha está?
Quando ela saiu do psicólogo (que a entrevistou na delegacia), ele me
disse que ela precisava de apoio, para não deixá-la sozinha, porque ela
estava com um pensamento suicida. Ela citou vários jeitos de como
poderia se matar, como se jogar de um ônibus em alta velocidade, se
jogar da varanda.
Qual punição a senhora espera para os menores?
Não sei. Não consigo pensar. Qualquer punição é pouca para o que minha filha vai passar.
Como é para uma mãe saber de um fato desses?
Não sei nem o que pensar.
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