A Justiça condenou a 16 anos de prisão o policial civil Edivaldo dos
Santos Moraes, o “Montanha”, de 34 anos, pelos crimes de concussão
(praticado por funcionário público, que se aproveita da função pública) e
tráfico de drogas, em Cuiabá. O policial foi preso em maio do ano
passado.
A sentença, anunciada no final da tarde de quarta-feira
(12), pela 9ª Vara Criminal da Capital, somou os oito anos por duas
concussões – pela apreensão do entorpecente e pela extorsão ao
traficante – e oito por tráfico.
Outros cinco policiais civis acusados de suposta participação no esquema foram inocentados.
São
eles: Manolito Delfino Cesar, Airton Borges Junior, o “Borjão”, Cláudio
Roberto da Costa, Paulo Brito e Edson Martins da Silva, o “Gaguinho”,
que já estão em liberdade e considerados pela Justiça aptos a
reassumirem suas funções na Polícia Judiciária Civil.
Para o
advogado Janone Pereira, que defende os policiais Cláudio e Edson, a
Justiça tomou a decisão correta, pois levou em conta a ausência de
provas contra seus clientes. “Com essa decisão, se fez Justiça”,
afirmou.
Montanha e os demais policiais estavam presos desde maio
do ano passado, após agentes do Grupo de Atuação Especil Contra o Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, desarticularem o
esquema, que envolvia a extorsão de pessoas que estavam com a prisão
preventiva decretada por tráfico de drogas.
Inicialmente, o Gaeco
prendeu Montanha, em flagrante, quando ele tentava extorquir um homem
com a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas.
Ele
estaria cobrando R$ 10 mil para não prendê-lo, mas a vítima acabou
procurando o Gaeco, que preparou a consumação do flagrante.
Assim
que Montanha foi preso, os policiais do Gaeco revistaram a viatura
usada pelo policial e encontraram uma mala com 14,5 quilos de maconha.
A
prisão dos demais policiais ocorreu dias depois, sendo que Edson
Martins, o "Gaguinho", respondia pelo crime em liberdade e Cláudio Costa
estava em prisão domiciliar.
Flagrante
Conforme
o Gaeco, Montanha procurou uma pessoas (nome não revelado) que estava
com a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas e teria pedido
R$ 10 mil para que ela não fosse presa.
O traficante, então,
procurou o Gaeco, que entendeu se tratar de concussão, mas precisava de
uma prova para dar materialidade no crime.
A vítima, então,
marcou um local, próximo à Ponte Sérgio Motta, em Cuiabá. Lá, com uma
câmera oculta, gravou a entrega do dinheiro ao policial, que saiu numa
viatura da Polícia Civil.
Em seguida, os agente do Gaeco
abordaram Montanha, que ainda tentou resistir a prisão. “Ele chegou a
tirar a jaqueta, para tentar descaracterizar o crime”, explicou o
procurador Paulo Prado, chefe do Gaeco, no dia da prisão .
Com a
materialidade do crime o policial civil foi levado para o Gaeco, onde
foi confeccionado o flagrante. Ao checar a viatura, os policiais
depararam com a mala com o entorpecente.
A partir daí, o caso foi para a Corregedoria da Polícia Civil.
midianews
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