domingo, 27 de maio de 2012

CUIABÁ É MOTIVO DE CHACOTA NA COPA - Sede da Copa, Cuiabá tem 1/3 das ruas sem asfalto; conservação é péssima

Das cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo em 2014, Cuiabá é, certamente, a que está em pior estado de conservação. Dados do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 32,2% dos domicílios da cidade estão localizados em ruas sem pavimentação. Ou seja: 1/3 da Capital está na total precariedade. Não bastasse isso, praticamente todas as ruas da cidade  apresentam problemas. Mesmo as que acabaram de receber um reforço no  recapeamento – em que deixaram de ser observadas condições primordiais como o estancamento de vazamentos e falta de drenagem; em resumo, dinheiro jogado fora.
 
Os números do IBGE são duros com Cuiabá e revelam uma cidade desprovida de atenção por parte de seus governantes. Cuiabá está cerca de 14 pontos percentuais abaixo da média nacional, que é de 81,7% das residências em ruas asfaltadas. Boa parte dessa situação se deve ao não cumprimento de regras básicas da ocupação imobiliária. Bairros como o Santa Rosa, apontado como “Classe A” da cidade, dezenas de vias estão sem asfalto. A Prefeitura jamais cobrou dos incorporadores qualquer medida para sanar a falha. 
 
De olhos tapados, quando o asfalto chegar nessas vias, quem vai pagar é o contribuinte. Aliás, muitos já o fazem. No mesmo bairro, donos de imóveis dizem que tiraram dinheiro do próprio bolso e contrataram pequenas empreiteiras – a maioria aquelas que já atuam nas tradicionais e infinitas operações tapa-buracos pela cidade – para solucionar o problema da falta de pavimento asfáltico. “Fizemos uma cota, gastamos quase 8 mil, e pagamos do próprio bolso. Não adianta falar com a Prefeitura” – diz Mirtes Damasceno. 
 
O problema da falta de asfalto, contudo, vai de A a Z em Cuiabá. Mesmo com a Prefeitura pregando novos tempos e até propagandeando um tal “Poeira Zero” – cujo nome revela o quadro ruim da cidade que vai sediar jogos da Copa do Mundo – a situação é de sacrifício. O Coxipó, bairro que funciona como uma espécie de distrito, tem várias vias sem pavimento. Na periferia, o Novo Paraíso, Jardim Vitória e Jardim Florianópolis a população há anos convive com a falta de infraestrutura. 
 
Sem asfalto, sem outras coisas mais. A Capital perde ainda na quantidade de casas que contam com meio-fio e calçadas. Dos 159.320 domicílios avaliados, cerca de 56,6 mil não contavam com um espaço adequado para o trânsito de pedestres. O item foi identificado no levantamento como indicador de desigualdade social, segundo o jornal “Diário de Cuiabá”.
 
Cuiabá também ficou abaixo da média na quantidade de bueiros. Apenas 37,9% das casas pesquisadas estavam localizadas em ruas com o sistema de drenagem, o equivalente a pouco menos de 60,5 mil residências. 
 
Para se tornar uma cidade padrão ao menos aos olhos de seus habitantes, Cuiabá precisará mais que implementar o tal “Poeira Zero” nascido na concepção utópica do prefeito Chico Galindo – que até há poucos dias ensaiava uma candidatura a reeleição. Em nome das obras da Copa do Mundo, a cidade passou a viver de remendos de todos os tipos. A Avenida Rubens de Mendonça, apontada como uma “Avenida Paulista” dos cuiabanos, é um caos, seja na organização do trânsito, só não caótico de madrugada; na conservação do piso, com  “calombos” por toda sua extensão, fruto dos tapa-buracos mal feitos; ou no paisagismo – vira e mexe o canteiro central é tomado pelo matagal. 
 
Por conta da política ineficiente de administração, Cuiabá virou motivo de chacota. Na rede social Facebook, o sítio BuracosMT decidiu brincar com o escândalo que se tornou a falta de conservação das vias públicas. Eles pedem para a população conferir "os primeiros testes com o VLT em Cuiabá na Avenida 8 de Abril". A foto foi tirada em que aparece o córrego tratado como túnel em que o VLT supstamente passaria. É apenas um teste. O que chama a atenção no entanto, é o que se trata como "área de embarque": uma cratera no meio da via. "E boa viagem!" - ironiza. 
 
Ainda de acordo com o IBGE, a Cuiabá “Cidade Verde” ainda fica atrás da média brasileira no quesito arborização. Conforme os dados, cerca de 63 mil residências cuiabanas contam com árvores nas ruas em que estão localizadas, o equivalente a 39,6%. No Brasil, o item atingiu a marca de 68% dos domicílios. Detalhe básico: é uma das cidades mais quentes do país, com média de temperatura na casa dos 38º C. E para complicar, a Prefeitura não tem um programa de arborização e muito de educação ambiental eficiente para fazer frente a esse dado ruim. 

Maurício Cruvinel
Redação 24 Horas News




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