terça-feira, 30 de outubro de 2012

Suspeito de ter matado candidato a vereador afirma que motivação para o crime teria sido assédio sexual

Matheus Michel dos Santos, de 18 anos, preso ontem (28) junto ao menor I.F.J, o “Nem”, suspeitos de terem matado o ex servidor público e candidato a vereador pelo PMDB, João César Domingos da Silva, afirmou que não cometeu o crime por dinheiro como assegura a Polícia Civil. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa realizada hoje no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc).

Segundo ele, a motivação do crime teria sido assédio sexual. “Não tínhamos intenção de matar ninguém. Combinamos de sair os três e aconteceu... foi por causa de uma discussão. O João César tava passando a mão em “nós” e daí a gente começou a discutir”, disse. O rapaz negou a suposta relação amorosa com João Cesar e contou que estavam armados naquela noite para a proteção dos mesmos, pois estariam sofrendo ameaça oriunda de uma briga de bairro.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Claudinei Lopes, embora tenham negado para a imprensa, quando detidos os suspeitos assumiram a autoria do crime e confessaram terem arquitetado a ação para roubar um valor de R$ 10 mil reais que pensariam que tivesse com a vítima no dia. 

“Como o Matheus e o João César tinham um relacionamento amoroso, ele deve ter comentado sobre algum dinheiro de campanha com ele e aí o Matheus combinou com o ‘Nem’ de assaltarem ele. Mas ele tinha apenas R$ 200 e aí eles resolveram matar o João Cesar. Cada um teria dado um tiro. Foi isso que disse o menor em depoimento na presença do promotor de justiça. Pode ser que eles neguem depois sim, em juízo, mas a confissão já foi feita e até gravada em vídeo”, disse o delegado.

Para sustentar a conclusão do caso como crime de latrocínio, o delegado explicou que além das confissões, as provas se fazem também por outros caminhos. “Além das confissões nós temos provas técnicas. É um conjunto probatório. Temos os extratos das ligações, temos a arma, pessoas que ouvimos, entre outras peças...,” colocou.

A mãe de João César, dona Nícia Domingos, reconheceu Matheus e afirmou que ele costumava freqüentar a casa do filho, mas disse desconhecer se mantinham algum relacionamento e até mesmo que o filho era homossexual. “Se ele era, não era declarado. Eu ouvia comentário, mas ele sempre negou”, contou.

Dona Nícia disse acreditar no encerramento do caso. “Eu acredito que possa ter sido este o motivo sim porque o João César tinha comentado que iria receber esse dinheiro. Confio no trabalho da polícia, que eles prenderam as pessoas certas. Agora eu vou poder dormir em paz. Eu não estava dormindo, não estava comendo, sentia meu coração inchado, mas agora com os responsáveis pela morte do meu filho presos eu fico em paz”, expressou.

Ao final da coletiva, o menor “Nem” disse ter se arrependido do crime e, em meio choro de desespero, pediu perdão para mãe de João César. Nervosa dona Nícia chorou muito e foi tirada do local pelo genro. 

Caso - Matheus Michel dos Santos e o menor I.F.J foram presos na manhã de ontem (28). A polícia teria chego aos suspeitos após quebra de sigilo telefônico da linha do aparelho celular de João César. 

João César foi encontrado morto com dois tiros na cabeça no dia 20 de setembro, às margens do anel viário que dá acesso à rodovia MT-130, distante quatro quilômetros de seu carro. 

Inicialmente o titular na investigação do caso era o delegado Marcos Sampaio Alves, mas foi afastado de suas funções por determinação da Justiça acusado de tortura. A linha investigação trabalhada por Sampaio era de questões relacionadas à política. A hipótese de crime político, para o delegado, não seria pela candidatura e sim pelo cargo que ele ocupava na prefeitura. 

Claudinei Lopes assumiu as investigações no dia 2 deste mês. O delegado descartou crime político logo nos primeiros dias. João foi assessor técnico do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Rondonópolis (IPPUR), na administração do ex-prefeito José Carlos do Pátio. César era servidor de carreira do município e ocupava a assessoria técnica do IPPUR desde 2011. 

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