segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

"FIM DA PICADA" DEFICIENTE DESFILA EM CARRO DE SOM ABERTO PEDINDO "ESMOLA"

Os moradores dos bairros Terra Roxa, Canaã III e Colibri se assustaram na manhã desta terça-feira com a cena tétrica protagonizada pelos primos José da Silva e Anaelson dos Santos.
Enquanto o taxista José, de 28 anos de idade, dirigia a velha Parati pelas ruas dos bairros, o deficiente físico Anaelson ficava exposto no porta-malas do veículo exibindo a deformação congênita de suas costas.
Um sistema de som instalado no carro anunciava as dificuldades do deficiente e pedia às pessoas uma doação para o tratamento médico.
Em último caso, a dupla implorava uma oração e convidava as donas-de-casa para chegar até o veículo para apreciar a cena.
José percorreu mais de três mil quilômetros para chegar até Dourados para pedir “esmolas”. Segundo ele, a população douradense é muito generosa.
“Saímos da cidade de Paulo Afonso onde moramos e já passamos por cidades da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, disse o taxista, que aqui no Estado já arrecadou dinheiro nas cidades da conhecida “Linha da Fome”: Nova Andradina, Ivinhema, Deodápolis, Glória de Dourados e Fátima do Sul.
A dupla pretende arrecadar R$ 7 mil para fazer uma cirurgia em Anaelson, que aos 22 anos de idade mal sabe ler e escrever. “Não conseguimos atendimento pelo SUS”, disse o taxista, que já levou seu primo para tratamento num hospital da Rede Sarah em Salvador, onde não encontrou tratamento para Anaelson.
José da Silva disse que o seu primo nasceu sem as costelas do lado direito do corpo e por isso mal consegue andar.
“Precisamos arrecadar o dinheiro para colocar uma cinta metálica no corpo do meu primo que assim poderá andar e viver com mais conforto”, disse o taxista que antes de iniciar sua viagem em busca de donativos já dirigia a Parati com placas MVO-1501 adquirido na cidade alagoana de São José da Tapera.
José disse afirmou que ao cair da tarde estaciona seu veiculo em qualquer posto de combustíveis onde pernoitam nos bancos do carro.
Há cerca de cinco dias em Dourados, a dupla pretende migrar para outra cidade até a próxima sexta-feira, mas ainda não tem itinerário traçado. Mesmo assim José pensa em seguir para pedir no Paraná.
“Assim que conseguir os sete mil vamos parar de pedir”, disse José que não quer que as pessoas pensem que o seu ato de ajudar o primo seja visto como uma “profissão”.
A cidade de Paulo Afonso fica na divisa da Bahia com o Estado de Alagoas. Com uma população de pouco mais de cem mil habitantes a cidade de origem de José e Anaelson é conhecida nacionalmente pelo seu potencial hidrelétrico e pela cachoeira que leva o nome da cidade.
Distante 500 km da capital Salvador e a 380 km de Feira de Santana, a população do município acaba se servindo dos municípios Alagoanos e até de Maceió.
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