Renascer e boate Apple´s Night Club funcionam lado-a-lado nas proximidades da Câmara Legislativa, em Brasília |
Quem passar pelo Setor de Indústrias Gráficas de Brasília, nas proximidades da Câmara Legislativa do Distrito Federal, vai se deparar com uma cena no mínimo estranha. O templo que abriga a sede Regional de Brasília da Igreja Apostólica Renascer divide o prédio com uma boate, a Appel’s Nigth Club. No mesmo espaço onde todas as noites os fiéis oram para, entre outros objetivos, pegar com Deus contra as perdições do mundo, homens frequentam ao lado um salão para assistir shows de streep tease e contratar garotas de programa, entre outras atrações mundanas do lugar.
Ao decidir se instalar há um ano e meio na Quadra 4 do SIG, a Renascer sabia que iria encontrar a Appel’s Nigth Club no local, onde está há alguns anos. Mesmo assim, seus dirigentes não se constrangeram e abriram as portas do templo. O letreiro da igreja até divide parte do espaço com o da boate. O símbolo da Renascer, um sol nascente estilizado, que seria o símbolo da vida, é compartilhado com a marca da casa noturna, uma maçã mordida, o emblema do pecado sexual.
O estacionamento é o mesmo e até o hidrômetro, o que obriga o pastor da igreja a conversar pelo menos uma vez por mês com o gerente da boate para discutirem a divisão do pagamento da conta. É uma situação um tanto constrangedora porque ambos estão rompidos, embora pratiquem a política da boa vizinhança. “Convivemos de forma harmônica. Ninguém atrapalha o trabalho do outro”, garante o pastor Itamar Junior, responsável pelo templo.
Mas nem sempre foi assim. Tão logo chegou ao local, o pastor e seus auxiliares investiram nos clientes da boate com o objetivo de conscientizá-los do pecado que estavam cometendo. “Afinal são homens casados e solteiros traindo suas esposas, noivas e namoradas. Além do mais, é um ambiente de prostituição e propício para o consumo de drogas como o álcool e até outras”, explica o pastor Itamar.
Ele conta que uma das razões para a igreja não se importar em ter o vizinho incômodo na hora de alugar o local foi justamente a ideia que todos tinham que poderiam não apenas tirar os clientes do mau caminho como converter os funcionários e proprietários. Ledo engano. As investidas dos evangélicos sobre os pecadores do lado geraram brigas e, depois de tanta confusão, acabaram firmando o pacto de um não incomodar o outro.
“Se eu falar que isso é uma coisa normal, essa convivência, eu estaria mentindo. Mas decidimos não abordar mais os clientes da boate. Você não mexe comigo e eu não mexo com você e tocamos nossas vidas em paz. De nossa parte continuamos orando e jejuando muito para que Deus ilumine os donos da boate e seus clientes. Nosso trabalho como igreja é ganhar os perdidos. Afinal, nós defendemos os valores cristãos e ali não tem Cristo. Tem o diabo”, sentenciou. O gerência da boate não quis dar entrevista
fonte:rdnews
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