quinta-feira, 2 de agosto de 2012

HOJE COMEÇA O PAU CAI A FÔIA COM FORÇA

Trinta e oito brasileiros envolvidos no caso do 'mensalão' sentar-se-ão a partir de hoje no banco dos réus. É o maior julgamento por corrupção na história do Brasil desde a redemocratização do país.

Saiba quem são os acusados do maior esquema de corrupção do país 




OS 38 RÉUS

José Dirceu foi o ministro mais poderoso do início do Governo Lula e o principal responsável pelos acordos com os partidos que se aliaram ao PT. Acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.
José Genoino, presidente do PT,  foi um dos principais interlocutores do partido nas negociações com os partidos aliados. Discutia, de acordo com a denúncia, os valores a serem pagos aos congressistas. Acusação: corrupção ativa e formação de quadrilha.
Delúbio Soares Ex-sindicalista, negociou a organização do 'mensalão' e orientou a distribuição do dinheiro. De acordo com a PGR, fazia a ponte entre o núcleo político e o operacional. Vai responder por corrupção ativa e formação de quadrilha. 
Marcos Valério Proprietário de agências de publicidade que tinham contratos com o Governo brasileiro, aproximou-se do PT em 2002. Segundo a acusação, montou um esquema semelhante para ajudar outro partido, o PSDB, em Minas Gerais em 1998. Acusado por formação de quadrilha, peculato, branqueamento de dinheiro e corrupção ativa.
Ayanna Tenório Gestora do Banco Rural, ajudou a aprovar os empréstimos fraudulentos, não tendo informado o Banco Central sobre as operações financeiras suspeitas das empresas de Marcos Valério. Crime: formação de quadrilha, branqueamento de dinheiro e gestão fraudulenta.
Vinícius Samarane Diretor do Banco Rural. Ajudou a omitir do sistema de informações do Banco Central o nome dos beneficiários dos dinheiros do 'mensalão' sacados das contas de Marcos Valério, infringindo normas do sistema financeiro. Deveria ter avisado às autoridades das irregularidades ocorridas no Banco, mas não o fez. Acusado por formação de quadrilha, branqueamento de dinheiro, gestão fraudulenta e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Cristiano Paz Sócio de Marcos Valério nas empresas SMP&B, Graffiti e DNA, ajudou a montar a estrutura que servia para mascarar o pagamento a deputados. Agiu sobretudo na obtenção de empréstimos fraudulentos que alimentavam o esquema. Acusado por formação de quadrilha, corrupção ativa, branqueamento de dinheiro, peculato e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Ramon Hollerbach Sócio de Valério e Cristiano Paz nas empresas SMP&B, Graffiti e da DNA, participou também na montagem e execução do 'mensalão'. Acusado por formação de quadrilha, corrupção ativa, branqueamento de dinheiro, peculato e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Rogério Tolentino Advogado e braço-direito de Marcos Valério. Segundo a PGR, participou da montagem e da execução do esquema. Era um dos principais elos entre o núcleo operacional da quadrilha e o Banco Rural. Crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e branqueamento de dinheiro.
Simone Vasconcelos Ex-diretora administrativa e financeira da SMP&B,fez transferências e saques para os pagamentos aos deputados. Acusada por formação de quadrilha, corrupção ativa, branqueamento de dinheiro e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Geiza Dias Antiga gerente financeira da SMP&B, fez transferências e levantamentos de dinheiro para os pagamentos aos deputados. Crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa, branqueamento de dinheiro e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Roberto Jefferson Então presidente do PTB, revelou, em entrevista ao jornal "Folha de São Paulo no dia 6 de junho de 2005, o esquema de compra de votos no Congresso, chefiado por José Dirceu. Recebeu suborno para manter o PTB, que presidia, na base de apoio ao Governo. Acusado por corrupção passiva e branqueamento de dinheiro.
José Borba Líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, renunciou ao cargo em 2005 para não ser cassado. O atual prefeito de Jandaia do Sul, Paraná, recebeu suborno para votar a favor de matérias do interesse do Governo e ocultou a origem do dinheiro. Crimes: corrupção passiva e branqueamento de dinheiro.
Kátia Rabello Então presidente, hoje acionista, do Banco Rural, serviu como braço financeiro do esquema do 'mensalão'. Interessada em obter  privilégios junto do Governo federal, colaborou com o esquema, permitindo a liberação e a renovação de empréstimos para o PT e as empresas de Marcos Valério. Crimes: formação de quadrilha, branqueamento de dinheiro, remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro e gestão fraudulenta.
José Salgado Então gestor do Banco Rural, era o responsável pelas transferências de dinheiro para as contas bancárias do publicitário Duda Mendonça no estrangeiro. Teria autorizado renovações de empréstimos para os operadores do 'mensalão'. Acusado por formação de quadrilha, branqueamento de dinheiro, gestão fraudulenta e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Romeu Queiróz Deputado pelo PTB-MG, ajudou a intermediar propina em favor do PTB, recebeu parte dela em proveito próprio e ocultou a origem do dinheiro. Crimes: corrupção passiva e branqueamento de dinheiro.
Emerson Palmieri Era tesoureiro informal do PTB e diretor de administração e finanças da Embratur. Ajudou a intermediar os subornos em favor do PTB e a ocultar sua origem. Crimes:corrupção passiva e branqueamento de dinheiro.
Valdemar Costa Neto Deputado federal (PL-SP) e presidente do partido. Recebeu suborno em troca de apoio político e montou a sua própria quadrilha para  branquear o dinheiro da corrupção. Crimes: corrupção passiva, branqueamento de dinheiro e formação de quadrilha.
Jacinto Lamas Foi tesoureiro do PL (atual PR) desde sua fundação, em 1985, até fevereiro de 2005, meses antes de estourar o escândalo. Acusado de ter sido o intermediário de parte dos repasses ao extinto PL e de integrar a quadrilha encabeçada por Valdemar Costa Neto para ocultar a origem do dinheiro. Vai responder por corrupção passiva, branqueamento de dinheiro e formação de quadrilha.
Carlos Rodrigues Bispo de Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), deputado federal (PL-RJ) e vice-presidente do partido, tendo renunciado ao mandato para escapar da cassação. Recebeu suborno para votar a favor de matérias do interesse do Governo e ocultou a origem do dinheiro. Crimes: corrupção passiva e branqueamento de dinheiro.
Breno Fishberg Era sócio da Bônus Banval, empresa fez a intermediação dos repasses à quadrilha do PP, lavando e ocultando a origem do dinheiro. Para tal, valeu-se de uma das contas que administrava, da Natimar, do argentino Carlos Alberto Quaglia, também arguido. Acusado por formação de quadrilha e branqueamento de dinheiro.
Erivaldo Quadrado Outro sócio da corretora Bônus Banva, que encerrou depois do escândalo. Foi preso em dezembro de 2008 ao desembarcar no Aeroporto de Cumbica, São Paulo, com 361.000 euros não-declarados. Crimes: formação de quadrilha e branqueamento de dinheiro.
Carlos Alberto Quaglia Proprietário da Natimar. Crimes: formação de quadrilha e branqueamento de dinheiro.
João Paulo Cunha Deputado federal (PT-SP). Recebeu suborno para beneficiar as empresas de Marcos Valério e desviou dinheiro de contrato celebrado com a Câmara dos Deputados, que presidia. Acusado por corrupção passiva, branqueamento de dinheiro e peculato.
Paulo Rocha Deputado federal (PT-PA) e líder do PT na Câmara entre fevereiro e agosto de 2005, recebeu suborno e escondeu a origem do dinheiro. Acusado por branqueamento de dinheiro.
João Magno Deputado federal (PT-MG). Recebeu elevadas quantias em dinheiro e ocultou a transação. Acusado por branqueamento de dinheiro.
Professor Luizinho Foi deputado federal (PT-SP) e líder do Governo na Câmara entre abril de 2004 e março de 2005. Recebeu suborno e ocultou a sua origem. Crime: branqueamento de dinheiro.
Anderson Adauto Ministro dos Transportes de Lula em 2003 e 2004 e prefeito de Uberaba a partir de 2005. Recebeu elevadas quantias de Marco Aurélio e intermediou a compra de apoio político do PTB. Acusado por corrupção ativa e branqueamento de dinheiro.
José Luiz Alves Foi chefe de gabinete de Anderson Adauto, que ocupou o Ministério dos Transportes em 2003 e 2004, recebeu muito dinheiro em nome do então ministro dos Transportes, Anderson Adauto. Acusação: branqueamento de dinheiro.
Pedro Correa Deputado federal (PP-PE) e presidente do partido, foi o único pepista que teve o mandato cassado, em março de 2006. Recebeu suborno em troca de apoio ao Governo Lula e montou sua própria quadrilha para branquear o dinheiro. Crimes: corrupção passiva, branqueamento de dinheiro e formação de quadrilha.
Pedro Henry Deputado federal (PP-MT) e líder do partido na Câmara em 2003 e 2004, recebeu suborno em troca de apoio ao Governo e formou a sua própria quadrilha para o branqueamento do dinheiro. Acusado por corrupção passiva, branqueamento de dinheiro e formação de quadrilha.
João Cláudio Genu Era assessor do então deputado federal e líder do PP na Câmara José Janene (PP-PR). Serviu de intermediário em favor dos deputados do PP, permitindo que os subornos chegassem ao partido sem que sua cúpula tomasse conhecimento ou que a origem do dinheiro fosse identificada. Também foi favorecido pelo esquema de branqueamento de dinheiro que envolveu a Bônus Banval e a Natimar. Acusado por formação de quadrilha, corrupção passiva e branqueamento de dinheiro.
Luiz Gushiken Secretário de Comunicação do Governo Lula, permaneceu no cargo até 2006, quando pediu demissão.  Acusado de orquestrar com Henrique Pizzolato, diretor de marketing do BB, o desvio de dinheiro em favor da agência DNA, de Marcos Valério. Nas alegações finais apresentadas em 2011, a Procuradoria diz que não há provas contra ele e pede a sua absolvição do crime de peculato.
Duda Mendonça Veterano do marketing político, o publicitário Duda Mendonça trabalhou em 2002 na vitoriosa campanha de Lula.  Acusado por ter recebido dinheiro no Brasil e no estrangeiro, através do esquema de branqueamento montado por Marcos Valério e o Banco Rural. Recebeu o pagamento pela campanha "Lulinha meu amor" através do 'mensalão'. Crimes: branqueamento de dinheiro e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Zilmar Fernandes Sócia do publicitário Duda Mendonça, com quem continua a trabalhar. Recebeu pagamentos no Brasil e no estrangeiro pelo esquema de branqueamento de dinheiro montado por Marcos Valério e pelo Banco Rural. Crimes: branqueamento de dinheiro e remessa ilegal de dinheiro para o estrangeiro.
Henrique Pizzolato Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, recebeu suborno para favorecer uma agência de Marcos Valério na execução de contratos milionários com o Banco do Brasil, com prejuízo para o banco estatal. Acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
António Lamas  Assessor da liderança do PL na Câmara, da qual se afastou na sequência do escândalo. Terá servido de intermediário num dos repasses ao antigo PL (hoje PR) e integrado a quadrilha encabeçada por Valdemar Costa Neto para ocultar essas operações. Nas alegações finais em 2011, a Procuradoria-Geral da República (PGR) desistiu de pedir a sua condenação, por considerar que não há provas de que tivesse conhecimento do esquema criminoso, ao contrário do seu irmão Jacinto Lamas. Acusado por branqueamento de dinheiro e formação de quadrilha.
Anita Leocádia Então assessora de Paulo Rocha (PT-PA), pediu demissão da Câmara. Recebeu dinheiro do esquema em nome do deputado federal a quem prestava assessoria. De acordo com a PGR, "agia profissionalmente como intermediária de Paulo Rocha, tendo ciência que estava viabilizando criminosamente o recebimento de valores em espécie". Crime: branqueamento de dinheiro.


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