sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ERA SÓ OQUE FALTAVA - Índio se mata no Araguaia; etnias se perdem com drogas e bebem até gasolinia


Um índio da etnia Karajá, da Ilha do Bananal, nas imediações de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso, tirou a própria vida por meio de enforcamento, nesta quinta-feira, dia 26. O indígena trabalhava de guarda na empresa Araguaia Tocantins. O corpo foi encontrado por moradores da reserva indígena. Por enquanto, as causas que levaram o indígena a se matar são desconhecidas. Existe uma possível associação com o consumo de álcool em excesso.

Esse é pelo menos o quarto caso suicídio de indígenas em janeiro de 2012 nas aldeias do Norte Araguaia. O número de mortes por suicídios é considerando assustador. Os indios estão cada vez mais cometendo suicídio as autoridades precisam alertar os comerciantes e fiscalizar para que não venda cordas e bebidas alcoólicas aos índios.

Na aldeia Isabel do Morro “Hawaló”, uma aldeia de indios Iny Karajá, um outro índio também tentou se matar.  A vítima utilizou um pedaço de corda para cometer o ato, mas foi salvo a tempo.

Na aldeia Macaúba, por sua localização próxima à cidade de Santa Terezinha, observa-se que há uma mudança significativa na vida das mulheres, principalmente quando de refere às questões da violência. Nas conversas e entrevistas as pessoas relatam que há um grande consumo de outras drogas como gasolina com creme dental, gasolina pura, maconha e cocaína, que são utilizadas principalmente por jovens e adolescentes de ambos os sexos.

A situação nas aldeias está muito difícil, tem muito bêbado e usuários de drogas, de maconha, e também muitos meninos e meninas cheirando gasolina. Já houve pessoas queimadas, eles ficam bebendo “koran” (pinga) e cheirando gasolina. Quando não encontram a cachaça, bebem gasolina e álcool.

A maioria dos casos de agressões físicas às mulheres é praticada pelos homens quando estão bêbados, muitos ficam extremamente agressivos e podem bater em quem encontrar pela frente, até mesmo em suas próprias mães.  Homens bêbados entram em suas casas e as mulheres e crianças muitas vezes saem correndo e ficarem escondidos nas casas de outras pessoas.

Desde as décadas de 60, 70, com o incentivo ao turismo na região do Araguaia e a construção do hotel JK, nas proximidades da aldeia Santa Isabel, as comunidades indígenas  foram inseridas nas redes de prostituição local. E, juntamente com o álcool, deu lugar à entrada de Doenças Sexualmente Transmissíveis nas aldeias Karajá.

Em 2010,  o Ministério Público chegou a organizar um seminário após constatação de casos envolvendo violência entre parentes da mesma aldeia, prostituição, uso de drogas ilícitas e situações de degradação dos indivíduos nas cidades próximas às aldeias, entre outras consequêncicas nefastas aos índios decorrentes do abuso de álcool. Na época havia tratamento apenas pontuais para os casos registrados.
 
Fonte:24horasnews

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